Desde 1991/92, safra em que foi registrada a primeira ocorrência do nematóide de cisto da soja (NCS) – Heterodera glycines nas lavouras brasileiras, a região Centro Sul de Mato Grosso do Sul se manteve livre desses problemas, apesar das cidades de Chapadão do Sul, Costa Rica, Camapuã, Água Clara, Alcinópolis, São Gabriel do Oeste e Sonora conviverem com o NCS há muitos anos. Entretanto, o Chefe Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Lafourcade Asmus alerta que essa situação até então positiva parece estar mudando na região, exigindo maior atenção de produtores e técnicos da assistência rural. O alerta foi dado durante a realização de Reunião Técnica com membros da Associação de Empresas de Consultoria Agropecuária, realizada na tarde de quinta-feira, 25 de julho, na Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS). Na ocasião, Guilherme explicou que há dois anos foi registrado um único caso em Amambai e na safra passada também houve um outro registro da presença do nematóide em uma lavoura de Dourados. “Apesar de terem sido registrados apenas dois casos, nas últimas duas safras e em cidades diferentes, o controle do NCS exige um estado de alerta permanente por parte dos produtores, pois algo está mudando na região, que até então não apresentava problemas com essa espécie de nematóide”, disse. O NCS é o causador do nanismo amarelo da soja, pois penetra nas raízes da planta de soja e dificulta a absorção de água e nutrientes, dando origem a plantas menores e amareladas na parte aérea. Sendo que em muitos casos, as plantas de soja acabam morrendo, causando grandes prejuízos. Entretanto, em regiões com solos férteis e com boa distribuição de chuva, esses sintomas podem não ocorrer, demandando diagnóstico através do sistema radicular ou análise de solo. Guilherme explica que em áreas onde o NCS já foi identificado, o produtor precisa aprender a conviver com o nematóide, pois sua erradicação é praticamente impossível. Ele destaca que o sistema de Integração-Lavoura-Pecuária (iLP), a rotação de culturas com milho e o uso de cultivares resistentes são estratégias de manejo que podem ajudam a minimizar as perdas, especialmente se forem implantadas no início da infestação com nematóides. “Porém, é preciso que o milho seja plantado em sistema de rotação com a soja e não somente em sucessão à soja. A soja é cultivada todo ano na mesma área e o milho passou a ser a segunda cultura, como safrinha. Infelizmente, isso não é suficiente para o controle do NCS”, explicou Asmus. Segundo ele, para controle do NCS é preciso que o produtor retorne a cultivar o milho na época de verão, abrindo mão da soja por uma safra e contribuindo com a diminuição da população no solo, visto que o milho não permite o parasitismo por esse tipo de nematóide. Fonte: Jornal Agora MS
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