Desde que foi introduzida no Brasil, na década de 90, fala-se muito das vantagens de adotar este sistema de criação, onde o objetivo é criar aves para a produção de carne e ovos, fora dos moldes industriais: confinamentos com altas densidades e rações extremamente balanceadas para ganho de peso e conversão no menor tempo possível.
O sistema alternativo foi impulsionado a partir da introdução, no mercado, da linhagem "O CAIPIRA FRANÇÊS", mundialmente difundido, principalmente na França com selo de controle de qualidade denominado "Label Rouge",(Selo Vermelho).
"O CAIPIRA FRANCÊS" foi selecionado e desenvolvido especialmente para o mercado alternativo e ecológico, que na França representa cerca de 30% do mercado doméstico de frangos. No Brasil ja é uma realidade, com grandes perspectivas, até por parte de empresas tradicionais na área de frango industrial.
Existe hoje um público, que forma um nicho de mercado a ser explorado, exigente por um produto natural, de sabor leve e diferenciado, com pouca gordura e maior concentração de proteínas e minerais, ressaltando a textura da carne que é macia, porém firme.
"O CAIPIRA FRANÇÊS" no sistema de criação semi confinado ou mesmo em liberdade total, destaca-se em relação ao tradicional de "Terreiro", "Capoeira" ou mesmo simplesmente "Caipira", no aspecto produtividade e precocidade sexual.
Enquanto "O CAIPIRA FRANÇÊS" leva apenas 90 dias para atingir 2.300g para abate e a galinha põe os primeiros ovos com apenas 4,5 meses, atingindo a marca de 200 ovos por ano, o "CAIPIRA" Tradicional macho, precisa de até 240 dias para atingir o mesmo peso e a fêmea só começa a colocar ovos ao atingir 6,5 meses, produzindo no máximo 100 ovos por ano.
Assim sendo, "O CAIPIRA FRANÇÊS", pela sua seleção genética específica, tornou-se um excelente negócio, entre pequenos, médios e grandes produtores de carne e ovos diferenciados, enquanto o tradicional fica sem expressão econômica para uma escala maior, contentando-se com a qualificação de galinha de fundo de quintal.
GALPÃO: Quando existe alguma instalação na propriedade que possa ser adaptada ao criatório de aves, esta pode ser utilizada, desde que respeite as mínimas condições necessárias a atividade. O galpão deve ser construído de maneira a ficilitar o recebimento de pintainhos, abastecimento de água e de alimento e a retirada de animais adultos, a cama (adubo), limpeza e a desinfecção, além da preocupação com as normas sanitárias e prevenção às doenças. A orientação solar correta é no sentido LESTE-OESTE de maneira que o sol transpasse sobre a cumeeira nos meses mais quentes do ano.
O galpão é formado das seguintes partes:
Chão batido a partir de material argiloso molhado e socado até ficar uma superfície lisa ou usar massa de cimento, brita e areia lavada na espessura de 2,5 cm.
Responsável pela armação lateral e a sustentação da cobertura, deve ter no mínimo 2,0 m para galpões pequenos de até 20m² e 2,80m para galpões maiores. Pode-se usar madeira tratada, postes de cimento, pré-moldados ou ferro.
As tesouras servem para a sustentação do telhado, é usada normalmente, madeira tratada, podendo ser substituída por pré-moldado ou ferro.
É a cobertura, que tem a função de proteger o galpão do sol, da chuva, do frio e do calor. Usa-se telhas de cimento - amianto, telhas de barro, zinco, alumínio, ou confeccionados com palhas de palmeiras e outros.
Construída em toda a extensão nas laterais e cabeceiras do galpão, tem de 20 a 45 cm de altura, conforme a temperatura da região. Usa-se tijolos, pré-moldados, concreto armado, bloco de cimento, madeiras roliças deitadas ou tábuas beneficiadas. Tem a função de fixar a tela e de proteger as aves de animais que podem entrar por baixo.
Deve ser instalada sobre a mureta em toda a extensão do galpão nas laterais e cabeceiras. A fim de proteger contra os predadores das aves e proporcionar uma melhor ventilação quando necessário.
As cortinas são feitas de material específico, para suportar as adiversidades do tempo. Estão disponíveis no mercado em duas cores básicas: amarelo e azul. A instalação é feita sobre a tela e fixada na parte inferior, com fechamento efetuado de baixo para cima, com roldanas, de maneira a oferecer condições de regulagem quanto a altura, podendo hora o galpão ficar completamente fechado ou meio aberto, controlando desta maneira o ambiente ideal às aves dentro do galpão, conforme as exigências de conforto térmico em relação a fase do desenvolvimento.
Dependerá do porte do galpão. É a via de acesso ao interior do galpão para as tarefas diárias de alimentação, coletas da produção, inspeção dos animais com retiradas de aves que normalmente morrem, limpeza dos equipamentos, retirada da cama, quando do abate das aves e recebimento de pintos e rações.
Acesso das aves ao pasto, após completarem os 30 dias de vida. Estas portinholas devem ser feitas nas laterais dos galpões com medidas de 2,0 x 0,50 m, fixadas com dobradiças na parte superior da abertura a fim de abrir para cima, todas os dias de manhã e fechar facilmente a noite depois que todos as aves já se recolheram.
O galpão como apresentado fica fácil de entender e mesmo ser construído. Os modelos sugeridos para a criação do CAIPIRA FRANCÊS ficam muito próximo do quadrado ou levemente retangulares, uma vez que para este sistema há necessidade de um terreiro (área de pastagem). Recomendamos que o mesmo seja em forma de círculo em torno do galpão ficando assim o mais centralizado possível, facilitando tanto o pastoreio das aves como o aproveitamento real de todo o espaço destinado a este fim.
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"A LIBERDADE É UM CONCEITO". Este conceito se prende a um patrimônio: A criação tradicional de galinhas caipiras, soltas, livres, sem limitações. Mas a criação evoluiu com o tempo, e hoje temos para o CAIPIRA FRANCÊS as noções de HABITAT LIMITADO E DE TERREIROS ILIMITADOS. As áreas de pastagens deverão permitir às aves:
A utilização máxima do espaço natural em torno do galpão;
Fazer exercícios tanto quanto queiram;
Ir tão longe quanto queiram a fim de encontrar o complemento natural para a sua alimentação;
Expor-se ao sol sem limite de tempo;
Recolher-se à sombra quando necessitarem;
Banhar-se com terra à vontade;
Alimentar-se na pastagem formada na quantidade desejada.
Somente os pequenos galpões (modelo CAIPIRA FRANCÊS), com medidas inferiores a 150m² de área, em que são criados lotes máximos de 1200 frangos ou 960 galinhas, permitem a realização destas condições: pastagens continuas durante toda a vida do lote. Contudo, as cercas podem ser usadas para a proteção dos jardins, plantações, casas e galpões de outra exploração, usando para o mesmo telas de arame, bambu, madeira, alvenaria ou mesmo pré-frabricados, e essas devem ter aproximadamente 1,80 m de altura. Sempre atento ao conceito de liberdade, recomendamos que os terreiros sejam em forma de círculo em torno do galpão (que é próximo da forma de um quadrado), para que fique bem centralizado melhorando a distribuição das aves e facilitando o manejo.
O tamanho esta relacionado com as dimensões do galpão, a quantidade de aves a serem criadas, a qualidade e quantidade de pasto na área. Sendo que o mínimo necessário é dispor de 3,0m² por ave, e de nem uma forma deve dar idéia de fechamento ou aprisionamento das galinhas e frangos.
A pastagem deve ser do tipo que se propaga por mudas (estoloníferas), com alta concentração de proteínas e de fácil adaptação a região a ser plantada. As melhores são "estrela africana", "tifton 85", "coast cross", "kikuio" entre outras que as aves aceitam bem para o pastoreio. Neste local devem permanecer as árvores nativas ou plantadas, na falta destas serão providenciados os sombrites (abrigo artificial) contra o sol, confeccionado com sobras de matérias da propriedade, palha de babaçu, coqueiro ou mesmo capim seco trançado. O sombrite tem um formato de um guarda-chuva, onde finca-se um poste deixando mais ou menos 2,0m de altura e arma-se um telhado redondo em cima com diâmetro de 2,0m. Em baixo é instalado um bebedouro pendular automático para cada 200 aves e um tipo de cocho caipira, feito de tijolo, madeira ou com meia manilha de concreto de 30cm, para 100 aves, onde deposita-se a "Alimentação Alternativa" todos os dias no período da tarde.
A cama não pode ser considerada um equipamento e sim material de consumo. Ela é a forração do chão ou piso do galpão, e para este fim são utilizados vários materiais, entre os mais comuns estão: a casca do arroz, a maravalha (cepilho de madeira) de pinus, capim triturado, sabugo de milho e outros, tendo o máximo de cuidado para adquirir o material bem seco, 20% no máximo de umidade, com partículas de tamanho médio, evitando materiais que tenham sido tratado com produtos químicos e a poeira de serra de fábricas de móveis para evitar problemas de intoxicação e aparecimento de doenças. A principal função é o isolamento térmico entre o piso e as patas dos animais, sem deixar de ressaltar a diminuição da umidade, o conforto aos animais no descansar, a manutenção de micro organismos que equilibram o ambiente protegendo contra enfermidades. A cama deve ser posta com o galpão limpo e desinfetado na espessura entre 5,0 a 10,0 cm e deverá permanecer no galpão até a saída do lote das aves. Deve-se evitar a colocação ou a retirada parcial da cama, só em casos em que a umidade esteja excessiva, por vazamentos de bebedouros ou outras causas. Com o objetivo de diminuir fungos e baixar a possível umidade da cama é recomendável utilizar o polvilhamento da cama com cal misturado com sulfato de cobre, que é um excelente antifúngico, na proporção de 30kg de cal e 100gr de sulfato de cobre, utilizar antes do alojamento dos pintainhos ou quando tiver que trocar uma quantidade grande de cama por problemas de umidade.
CHAPAS PARA CÍRCULO DE PROTEÇÃO: As chapas para formar o círculo de proteção podem ser de folhas de eucatex, (2,44 x 1,20m) divididas ao meio formando uma altura de 0,60m. Papelão grosso, metal, galvanizadas ou chapas fina de fórmica também tem ótimo aproveitamento. O importante é a altura e a flexibilidade do material, a fim de formar um círculo onde serão montados os equipamentos e alojados os pintainhos. As chapas são presas umas as outras, utilizando um grampo de madeira ou de ferro de obra. O diâmetro do círculo depende da quantidade de aves no alojamento. Recomendamos utilizar 05 chapas de 2,44m de comprimento para 500 pintainhos nos primeiros dias de vida. O círculo de proteção, como o próprio nome diz, tem a função de proteger os pintainhos nos primeiros dias de vida, quando os mesmos são muito sensíveis as mudanças de temperatura, facilitando a adaptação ao ambiente, mantendo-os próximos: da fonte de calor, dos bebedouros, da ração, evitando corrente de ar, separando-os em lotes menores, facilitando o trabalho e a inspeção diária do tratador.
PAPEL PARA FORRAR A CAMA NOS CÍRCULOS: O papel mais usado tem sido o jornal, mas poderá ser substituído pela parte interna dos sacos de papelão das embalagens de ração, sobras de bobinas de papel pardo, encontrado em papelarias. A função do papel é forrar a cama nos círculos de proteção para evitar que os pintainhos comam a cama nas primeiras horas do alojamento e a forração é utilizada para colocar o alimento sobre a mesma, facilitando o acesso por parte dos pintainhos, pois com o caminhar, eles fazem barulho o que estimula a alimentação pela curiosidade e instinto. Este forro deve ser retirado no terceiro dia de alojamento.
COMEDOUROS INFANTÍL: Existem vários tipos no mercado : Tubular infantíl para até 5 kg de ração - ele é formado de um tubo, que geralmente é de material galvanizado e um prato na parte inferior de alumínio ou plástico. Este equipamento é usado do primeiro até os quinze dias na proporção de 01 para 80 animais. Bandejas: plástico, alumínio, ferro, madeira ou tampas das caixas dos pintainhos, viradas e com uma folha de jornal para tampar os furos. Usa-se 01 para cada 100 animais até no máximo 10 dias . Pode-se usar outros materiais desde que estejam disponíveis na propriedade e tenham o formato descrito e a altura da borda não ultrapasse os 3,0cm facilitando o acesso ao alimento.
COMEDOUROS ADULTO:
Comedouros para ração: O comedouro mais usado e aconselhado para este sistema é o Tubular de 20Kg, ele é formado de um tubo, que pode ser de chapa galvanizada, alumínio ou plástico e uma bandeja que geralmente é de plástico e mantém uma haste no centro formando o conjunto na extremidade superior desta, existe um sistema de regulagem da saída de ração que deve ser observada e regulada constantemente afim de evitar desperdícios no chão ou a falta de alimento para as aves. O equipamento deve ser suspendido na altura adequada conforme o desenvolvimento das aves, tendo como base o dorso para a altura ideal. A proporção ideal é 01 comedouro para 30 aves adultas.
Comedouros para alimentação alternativa: Os comedouros para este tipo de alimentação não estão disponíveis no mercado, então usamos para tanto cochos de tijolos, concreto, alumínio, galvanizado, madeira. Consideramos que os mais adequado são as manilhas de meio cano de concreto de 30 cm fechadas nas duas extremidades, ou o aproveitamento das bandejas de alumínio, plástico dos comedouros tubulares, que possam vir a estragar. Este tipo de equipamento é usado no terreiro (área de pastagem) para administrar a alimentação alternativa. A proporção ideal é 10 cm de espaço para cada ave no acesso ao cocho.
BEBEDOUROS INFANTÍL: Existem vários modelos diferentes no mercado, desde o tipo copo de pressão até os mais sofisticados tipo automáticos, e todos com pequenas diferenças, atingem o objetivo de fornecer água em abundância as pequeninas aves. Os tradicionais e de bom preço são os do tipo copo de pressão que tem a capacidade de 3 a 5 litros e são usados na proporção de 1 para 100 pintainhos, até a idade de 15 dias.
BEBEDOUROS ADULTO: Inúmeros são os modelos e marcas comercias, mas o mais indicado para o sistema a que se destina, é o tipo Pendular Automático, que tem a capacidade de abastecer de maneira ininterrupta 100 aves adultas. O modelo é muito simples e requer somente maiores cuidados na hora da instalação, para evitar que fique com vazamentos. Deve-se ter cuidado na limpeza e desinfecção diária a fim de fornecer sempre água limpa e fresca aos animais.
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Este modelo poderá ser usado desde o primeiro dia, se na borda d'água for colocado uma mangueira tipo conduite de instalação elétrica, para evitar que os pintainhos se molhem no primeiro dia de vida. A regulagem implica em dois manejos distintos: O primeiro refere-se a quantidade de água dentro do bebedouro que é facilmente regulado na válvula, torcendo-a para a direita ou esquerda, até atingir o nível desejado a fim de não derramar água na cama e fornecer a quantidade necessária; A segunda trata da altura do bebedouro em relação o dorso da ave, que deve ficar mais ou menos 5,0 cm acima. Desta maneira o desperdício é menor e a manutenção da cama seca é facilitada.
CAMPÂNULAS: São os equipamentos usados para fornecer calor adequado aos pintainhos a partir de gás de cozinha. Há inúmeros modelos, com capacidade de aquecimento que vão de 500 a 2000 pintainhos. A decisão pela escolha deve recair no número de aves a serem alojadas e a capacidade de investimento de cada criador. O modelo mais econômico para o alojamento do CAIPIRA FRANCÊS é a do tipo redonda com chapa de alumínio ou galvanizada e com queimador em cerâmica branca, que tem a capacidade de aquecer 500 pintainhos no inverno e 700 no verão. O uso começa 2 horas antes da chegada dos pintainhos, com o objetivo de aquecer o ambiente e vai até mais ou menos 14 dias dependendo da temperatura ambiente.
CAIXA D'ÁGUA: Na verdade a caixa d'água faz parte das instalações, mas como geralmente a ela não é dada a devida importância, resolvemos classificá-la como tal. Para cada galpão, devemos dispor de uma caixa d'água com capacidade de estocagem superior a dois dias de consumo do lote para evitar situações desagradáveis causados por falta de energia, acidente na rede elétrica ou mesmo queima do motor da bomba d'água. Há necessidade das aves por uma fonte de água sempre fresca, por isso a mesma deve ser instalada dentro do galpão ou em uma sombra fora. A necessidade de consumo de água das aves, varia conforme a idade e a temperatura ambiente onde elas estão. A ingestão de água de uma ave esta relacionado com o consumo diário de alimento, indo de uma vez até duas vezes e meia o consumo da ração. A tubulação deve ser de preferência do tipo plástico e enterrado no chão a uma profundidade mínima de 30 cm para evitar o aquecimento pela irradiação do sol.
REDE ELÉTRICA: A rede elétrica também faz parte das instalações, mas mesmo se tratando de CAIPIRA FRANCÊS a energia é importante nos primeiros dias de vida dos pintainhos, uma vez que ajuda na iluminação a noite, para permitir que haja consumo de ração e de água. Muitas vezes quando se trata de lotes reduzidos a lâmpada é usada como iluminação e fonte de calor na proporção de 1 lâmpada de 100 watts para 100 pintainhos.
NINHOS PARA OVOS: Os ninhos são pequenas caixinhas agrupadas em um único conjunto, formando uma casinha onde tem instalado 20 bocas de ninhos. Este é o local preferido para as galinhas depositarem seus ovos. Os ninhos devem estar disponíveis às aves quando estas atingirem a idade de 115 dias, para que elas se adaptem e escolham os seus preferidos, e assim evitar que coloquem ovos no chão. A proporção ideal é 1 boca de ninho para 5 galinhas. No interior da boca de ninho é utilizado uma forração de cama, que é do mesmo material que utilizamos no piso para a cama das aves. Esta cama tem que ter a espessura de 3,0 cm e devera ser regularmente completada para evitar a trinca e quebra de ovos, que além de contaminar os demais, causa prejuízos ao produtor.
PREPARO DAS INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS I
São providencias de manejos com o local, instalações e equipamentos a fim de obter o melhor rendimento das aves que serão alojadas.
Mesmo o produtor cuidadoso quanto a origem e com a qualidade dos animais que esta adquirindo, estará sujeito a grandes problemas se não tomar cuidados redobrados na preparação do galpão para o alojamento dos pintainhos. Os micros organismos causadores de doenças tem um alto grau de reprodução em ambientes propícios, como falta de higiene relacionada ao galpão que não foi bem lavado com água e sabão, com os equipamentos que foram deixados com restos de ração, água e medicamentos, com a falta de controle de insetos e roedores, e com o descuido na limpeza da vegetação danosa, das águas represadas e dos esgotos.
A maior preocupação do produtor para o recebimento é portanto a limpeza e a desinfecção do ambiente, instalações e equipamentos a serem utilizados.
É o tempo mínimo de descanso do galpão e das instalações entre uma criada e a chegada do novo lote de pintainhos. Este período deve ser de no mínimo 07 dias e tem por objetivo eliminar possíveis ciclos de enfermidades. É importante que neste período não fiquem aves do lote anterior no galpão.
É importante que se faça a remoção de todos os equipamentos e utensílios e quaisquer outros materiais depositados no galpão, afim de fazer uma completa lavagem com água, sabão, detergente e escova,para remover toda poeira e crostas antes de serem desinfetados. Tomar cuidado com equipamentos como campânulas que não devem ser lavados com água corrente e sim serem limpos com pano úmido e detergente. Todos estes materiais devem ser colocados ao sol para secar e que ao mesmo tempo servirá como a primeira desinfecção. A desinfecção definitiva será feita usando produtos disponíveis no mercado para este fim e usando as dosagem recomendadas e os cuidados necessários fornecidos pelo fabricante, para evitar corrosão aos equipamentos e assegurar a saúde da pessoa envolvida. Todos estes materiais devem ser guardados em outro lugar até que o galpão esteja lavado e desinfetado.
A cama deverá ser retirada do galpão tão logo as aves adultas deixem o local, e estas devem ficar distantes e amontoadas para processar a fermentação e assim matar todos os organismos patogênicos que possam ter na cama, se por ventura não forem vendidas.
sujeitos a desgastes, e o melhor momento para as verificações é quando o
galpão esta vazio. Por isso é importante uma inspeção geral, verificando e
consertando tudo o que for preciso como: instalações elétricas, hidráulicas,
caixa d'água, cortinas, telas e pisos. Deixando tudo em ordem para o
recebimento dos próximos pintainhos.
Proceda uma limpeza completa em todo o galpão, varrendo as
cortinas e as telas do lado de dentro e de fora do galpão,
varrer as telhas, tesouras postes e laterais do galpão, e
o mais importante, o piso. Não esquecer também de varrer a
parte externa, raspar as muretas e locais que tenham crostas
de fezes. Após queimar com lança-chama todas as penas dentro
e próximas ao galpão. Só depois disso comesse a lavar
com bomba de alta pressão, toda as partes do galpão
usando sabão detergente, afim de remover o restante
da poeira e a sujeira que ficou.
Depois de tudo limpo inicia-se a desinfecção utilizando para tanto desinfetantes recomendados e seguindo as normas do fabricante. O piso se for de chão batido deverá receber um tratamento com soda caustica na proporção de 3kg para 100 litros de água, com o objetivo de eliminar insetos e ovos de vermes e parasitas. Depois desses procedimentos, deixar o galpão secar durante dois dias e ai então fazer a pintura de cal no piso, pilares, muretas, tesouras (de madeira) e telhas.
Após o vazio sanitário (mínimo 07 dias), coloque a cama nova,
monte os círculos com as chapas, localize as campânulas, instale
os bebedouros e comedouros na posição correta, teste tudo para verificar
se o funcionamento esta adequado. Feche o galpão e proíba a entrada até
um dia antes da chegada dos pintainhos, quando deverá ser colocada a
água com antecedência e ligar a campânula afim de deixar o ambiente
aquecido para a chegada das avezinhas.
Com o galpão desinfetado e com a cama nova espalhada, procede-se a montagem dos círculos de proteção, onde as chapas flexíveis são unidas com grampos de madeira ou ferro afim de formar um circulo de diâmetro de mais ou menos 3,0m para cada 600 pintainhos, logo após, instala-se no centro do círculo a campânula com uma altura mínima de 50 cm da cama, procede-se a forração da cama com papel e distribui-se os 6 bebedouros com água com açúcar e sal. Usa-se açúcar (1kg ) e sal (100g) para 25 litros de água fresca. Após fecha-se o galpão e mais ou menos 1 hora antes dos pintainhos chegarem liga-se as campânulas para que o ambiente e a água fiquem na temperatura adequada. A temperatura ideal na primeira semana, medindo com termômetro a 15 cm da borda da campânula e a 5,0cm da cama é de 32 graus centígrados e para a segunda semana deverá ficar em 29 graus, na terceira em torno de 26 graus e daí ate ficar com a temperatura ambiente. Uma regra ideal para verificar se a temperatura esta correta é observar a distribuição das avezinhas:
* Pintainhos amontoados embaixo da campânula, piando e disputando espaço é sinal de deficiência de calor. A campânula está com a regulagem de chama no mínimo, está instalada alta de mais em relação a cama ou está desligada.
* Pintainhos dispostos nas laterais e encostados nas chapas do círculo, afastado ao máximo da campânula, geralmente com bico aberto e disputando os bebedouros é sinal de excesso de calor. A campânula está com a regulagem de chama no máximo, está instalada baixa de mais em relação a cama ou a temperatura externa é muito alta.
* Pintainhos todos agrupados de um só lado do circulo e próximo da campânula, piando muito e disputando espaço é sinal de deficiência de calor por corrente de ar, vindo de uma porta aberta, cortina baixa ou cortina rasgada.
* Pintainhos dispostos uniformemente em todo o circulo comendo, bebendo, dormindo e em silencio é o sinal da normalidade, o calor está ideal e o ambiente está correto.
A água deverá ser administrada durante 2 horas antes
que os pintainhos recebam a ração para melhor hidratá-los.
É importante observar se todos estão bebendo, apalpar vários
pintainhos para verificação. Se for preciso, aumente o numero
de bebedouros e ainda aumente a luminosidade dentro do círculo.
A primeira ração que vai até os 30 dias, deverá ser do tipo inicial, sem ou com o mínimo possível de farelo de trigo. Esta deverá ser distribuída nas primeira 12 horas sobre o forro de papel nos círculo e após o período de 2 horas de água. Em seguida distribui-se os comedouros infantíl na proporção de 1 comedouro para 100 pintainhos, intercalando com os bebedouros. A ração que por ventura sobrar sobre o papel, deverá ser removida.
Gradualmente, a medida que os pintainhos crescem, é importante aumentar os espaços e aos poucos ir acrescentando os equipamentos definitivos entre os 5 e 15 dias de idade, e sempre observar se os pintainhos estão se alimentando e bebendo normalmente.
A observação constante dos pintainhos e principalmente no final do dia, quando as aves estão mais calmas para o período da noite, é acima de tudo uma maneira de conhecer melhor as aves e o seu desenvolvimento ou possíveis anomalias e doenças. É importante ouvir para certificar-se de que tenham algum tipo de espirro ou rouquidão, verificar se estão com boa quantidade de alimento no papo e se o peso esta satisfatório para a idade. Procedendo desta maneira e fazendo as devidas anotações em fichas específicas do lote, forma-se assim um histórico importante de análise, que a qualquer momento poderá ser útil.