O milho safrinha é cultivado sob sequeiro, de janeiro a abril, após a colheita da safra de verão, na maioria dos casos, em sucessão a cultura da soja. Como é produzido sob condições ambientais peculiares, tais como baixas temperaturas e/ou pouca disponibilidade de água no solo, o milho safrinha requer técnicas específicas de manejo que o diferenciam das lavouras de milho verão. No início dos anos 80, no Paraná, houve uma grande demanda por produção de milho para uso na propriedade rural, especialmente por suinocultores e avicultores. Naquela época, as únicas opções economicamente viáveis, para semeadura no período outono/inverno, era a cultura de trigo, mas os produtores estavam desanimados com os resultados obtidos. Então, deu-se inicio a produção do milho safrinha, que apresentou uma boa perspectiva de colheita e comercialização do produto, pois passou a ser colhido numa época do ano de menor oferta. Atualmente, o milho safrinha, é um sucesso no país. Tanto é que, o IBGE e a Conab o denominam de “Milho da Segunda Safra” e não mais de “Milho Safrinha”, devido a sua relevância para o agronegócio brasileiro. Hoje, o Brasil cultiva uma área de aproximadamente 8 milhões de hectares de milho safrinha, que é praticamente a mesma área do milho verão. De acordo com os dados levantados pela Conab, os principais Estados produtores são: Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo, com as seguintes áreas: 3,3 milhões, 2,2 milhões, 1,5 milhões, 779 mil e 342 mil hectares, respectivamente. O pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC/APTA), Aildson Pereira Duarte, explica que recentemente, o milho safrinha passou a ser cultivado também nos Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins (MAPITO), totalizando 188 mil hectares. Além disso, segundo levantamentos oficiais da Conab e IBGE, cerca de 700 mil hectares foram recentemente incluídos nas bases de dados dessas instituições, como sendo milho de segunda safra, apesar de serem cultivados em sistemas de produção diferentes do milho safrinha. No caso, de Minas Gerais, quase todo o milho da segunda safra é produzido com irrigação. Já nos Estados de Roraima, Sergipe e parte da Bahia, constitui-se na única safra de grãos regional, pois não se trata de sucessão de culturas. Segundo Aildson houve uma mudança espacial e temporal da produção do milho no Brasil, com perda de área em regiões tradicionais de milho, especialmente nas áreas de baixa altitude (Paraná e São Paulo), e substituição do milho de verão pela soja. O milho passou a ser implantado preferencialmente como a segunda cultura anual, depois da soja, e avançou para os chapadões do Brasil Central, onde tem apresentado os maiores crescimentos de área e produção. Fonte: Jornal Agora MS
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