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 Brasil tem dez ameaças fitossanitárias iminentes

         O Brasil sofre hoje com cerca de 600 ameaças fitossanitárias (entre pragas, doenças e ervas daninhas), das quais dez com iminência de entrar no país. É o que alerta o pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), José Roberto Scarpellini, diante das preocupações que os produtores brasileiros têm atualmente com mais nova praga exótica da agricultura, a Helicoverpa armigera.

         Segundo ele, a falta de consciência fitossanitária da população em geral é a principal razão da introdução de novas pragas e doenças no país. “As barreiras alfandegárias dos aeroportos funcionam bem, mas não temos fiscais suficientes e muita gente traz coisas escondidas. Ninguém leva a sério essas medidas. Não existe é uma conscientização fitossanitária de que trazer uma muda de uma planta, frutas e sementes no bolso pode prejudicar a economia do país. Essas 600 pragas só podem entrar no Brasil se alguém as trouxer”, afirma.

         A striga, uma das piores ervas daninhas em termos de ataque e de difícil controle, é uma das ameaças mais iminentes e está na Argentina.

         Scarpellini explica que, de anos em anos, novas pragas e doenças surgem e se proliferam pelo país, inclusive por conta do uso indevido de agroquímicos, que acabam exterminando seus inimigos naturais. “Tínhamos no Brasil a mosca branca de um biótipo de fácil controle e que não causava tantos prejuízos, era uma praga secundária. Depois descobriu-se um outro biótipo dela, muito mais resistente. O pessoal começou a aplicar muitos inseticidas que influenciaram no controle biológico, porque matou os predadores naturais, e com isso aumentou a sua população”, conta ele, destacando que, dentre as ameaças ao Brasil, está o biótipo B da mosca branca.

Fonte: Globo Rural Online